Os pomares de pêssego da região estão extremamente sensíveis aos próximos comportamentos climáticos. Depois de passar por um inverno deficiente em acúmulo de horas de frio, fator importante para amadurecimento dos pomares, a floração e início da frutificação está adiantada.
Sendo assim, os riscos pela possível ocorrência de geadas e forte incidência de chuvas pode refletir em perdas pontuais e maior demanda de mão de obra do agricultor. A geada em terrenos mais baixos aliada ao vento podem queimar flores e frutos pequenos, que definirão a produtividade da safra.
O técnico agrícola da Emater/RS municipal Pelotas Luiz Carlos Migliorini orienta que ainda não é possível estipular quebra na safra. “Ainda dá para se recuperar, mas essa condição vai exigir mais trabalho na prevenção de pragas e, principalmente, doenças”, explica. A ocorrência constante de chuvas dificulta o trabalho de aplicação de defensivos, exigindo reaplicação a cada precipitação. Isso pode acarretar mais gastos com material e mão de obra.
Prevenção da indústria – A indústria de conservas de pêssego concorda que é muito cedo para prever uma quebra, as expectativas se mantêm, confirma o presidente do Sindicato da Indústria de Doces e Conservas Alimentícias de Pelotas (Sindocopel), Paulo Crochemore. “Sabemos que não vai ser uma safra recorde e nem como as duas últimas, mas não há motivos para se preocupar”, comenta. Ele explica que a indústria não poderá contar com algumas unidades da variedade precoce Bonão, que já apresentou perdas específicas e está um pouco receoso com a Granada, pelo risco de geada, mas acredita que as áreas de pomares novos desta safra irão compensar a produtividade possivelmente perdida.
Proposta do clima – Segundo prognóstico climático para o próximo trimestre, feito pelo Instituto Nacional de Meteorologia e o Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da UFpel, a presença do El Niño está confirmada para o período com aumento de precipitação no Estado, principalmente a partir do final de setembro. Nos meses de setembro e outubro, as precipitações tendem a ficar acima do padrão climatológico em todas as regiões, com destaque para o Norte e Noroeste do Estado.
Já as temperaturas mínimas não sofrem alterações de padrões da média para setembro e outubro, e ainda tendem a aumentar em novembro. Para as máximas, a influência do aumento da umidade nestes meses é contrária as mínimas.
Nesta semana(27/08/2014) a queda de temperatura em Pelotas não deve ultrapassar os 4ºC como mínima, não dando condições para ocorrência de geada. Mas a ocorrência de fortes rajadas podem alterar as temperaturas, não confirmando essa certeza.