A amêndoa do baru pode ser utilizada na culinária de diferentes maneiras como bolos, pães, misturada no arroz, na farofa e até para fazer pé de moleque.
O baruzeiro é uma árvore nativa do cerrado brasileiro que pode atingir até 25 metros de altura. Cada um dos frutos dela possui uma única amêndoa, conhecida como baru, cujo sabor é semelhante ao do amendoim. A safra acontece geralmente nos meses de setembro e outubro, quando o fruto maduro cai do pé e é colhido por moradores no entorno de Pirenópolis.Érica Mesquita é turismóloga e representante da Associação de Desenvolvimento Comunitário do Caxambu, um distrito de Pirenópolis. A associação reúne famílias que lidam com a coleta e o beneficiamento do baru. Érica conta que a utilização da amêndoa na culinária é algo recente: “tem no máximo 15 anos. Antes disso, ninguém na região sabia o que era o baru”. Ela revela que os frutos do baruzeiro devem ser colhidos no chão. “Pouco antes do início das chuvas, o povo da nossa comunidade se espalha pelos campos para catar o baru”. Os frutos podem, então, ser guardados em sacos de aniagem por até um ano. Porém, caso eles tenham sido quebrados para a retirada das amêndoas, essas devem ser congeladas. O responsável pela abertura do fruto é Gabriel, pai de Érica e conhecido na região como “Bié”. “ A parte mais difícil do trabalho é a quebra do coco que existe dentro do fruto. É dentro dele que fica a amêndoa do baru”, esclarece Érica. Após a retirada das castanhas, segue-se o processo da torra. “Antigamente, a gente até comia o baru sem torrar, mas o sabor não era muito bom. Com o tempo, descobrimos que ele torrado é melhor e tem mais valor no mercado”, explica a turismóloga.Érica conta que a amêndoa do baru pode ser utilizada na culinária de diferentes maneiras: “ela pode ser cozida e usada em caldos, torrada na frigideira e misturada no arroz ou na farofa, socada num pilão com manjericão, para virar um molho pesto, ou misturada com rapadura, para fazer pé de moleque”.