O novo mapa mundial da produção de noz – pecã foi apresentado no ano passado no Congresso do Conselho Internacional de Nozes, na Flórida (EUA). Embora esteja a longa distância dos grandes produtores, o Brasil mostra a aptidão para o cultivo do fruto.
Os números da produção brasileira foram auditados pela Associação Brasileira de Nozes, Castanhas e Frutas Secas (ABNC) e revisados pela Embrapa Pelotas. De acordo com o diretor da ABNC, Edson Ortiz, os dados apresentados no Congresso Mundial apontam para um setor em franca expansão.
“Acreditamos num aumento de cerca de 1.000 hectares por ano e calculamos cerca de oito. mil hectares cultivados com a noz – pecã no Brasil. Esse crescimento é reflexo primeiramente da excelente remuneração que atividade oferece, mas também da diversificação do negócio agrícola que vem crescendo. Além disso, o trabalho das empresas de beneficiamento, com a consultoria e fornecimento de mudas, tem sido fundamental”, destaca.
Técnico agrícola por formação e com 30 anos dedicados a pecanicultura, Ortiz fala sobre o setor com a propriedade de quem também ocupa o cargo de diretor da Divinut, empresa produtora de mudas e processadora de noz pecã.
Localizada na região central do RS, o município de Cachoeira do Sul concentra hoje o maior viveiro do mundo de nogueira – pecã em raiz embalada. São cerca de 400 mil mudas de nogueira – pecã em preparo (estas, geneticamente padronizadas via enxertia).
A empresa atua fornecendo mudas, ofertando assistência técnica e no incentivo a novos investidores, trabalho que foi crucial para colocar o Brasil no mapa da produção
de noz – pecã. Dos cerca de 5 mil produtores nacionais da fruta, a Divinut conta com cerca de 3 mil cadastrados, atingindo 600 municípios da Região Sul.
Para Ortiz, investir no cultivo de nogueiras-pecã é uma atitude que vai render frutos e lucros por muitas gerações. “Uma nogueira-pecã inicia sua produção entre o 2º e o 4º ano e sua longevidade produtiva pode durar mais de 200 anos. Além disso, em alguns casos, a lucratividade pode superar os R$ 50 mil por hectares/ano.”
Franquia agrícola – Originária do sul dos Estados Unidos, a pecã precisa de clima frio – com acumulado de horas de frio alternando de acordo com a variedade – para retomar um novo ciclo vegetativo a cada carga de fruta colhida, o que explica sua concentração nacional na Região Sul.
Disposta a fornecer orientação técnica a quem quiser explorar esse ramo promissor da fruticultura de clima temperado, a Divinut investe na transferência de tecnologia para potencializar o surgimento de novos pequenos e grandes produtores. O sistema se assemelha a uma franquia, com aquisição por parte do cliente de um pacote tecnológico, além de destinação garantida da produção futura.
“Nossa operação é baseada na ideia de franquia agrícola. O produtor precisa apenas investir na aquisição das mudas e oferecemos assistência técnica para todas as fases do pomar. Da escolha das mudas até a colheita. E se o produtor quiser, também garantimos a compra do fruto.” *