Elas são roxas ou negras, suculentas, deliciosas e fazem a alegria de adultos e crianças entre os meses de setembro e janeiro. Isso mesmo, é tempo de jabuticaba! Natural do Brasil, a frutinha é tão apreciada por aqui que chegou a ser tema da obra de Monteiro Lobato, “O Sítio do Pica-Pau Amarelo”, ganhando inclusive trilha sonora. Quem não se lembra da música de diz “Olha a preta de caroço branco que a mão do moleque arranca no toque. O que bate na boca que a jaboticaba faz ploquet pluft nhoque, ploquet pluft nhoque!”
Todas as jabuticabeiras são árvores nativas do Brasil e, até hoje, podem ser encontradas espontâneas na maior parte do país. São, no entanto, mais freqüentes em Minas Gerais, no Espírito Santo, no Rio de Janeiro, em São Paulo e no Paraná. Tempos atrás, provavelmente, as jabuticabeiras vegetavam nas áreas que margeavam os rios e córregos da região Sudeste, dando formação a extensas capoeiras e matas repletas pela árvore, tendo se expandido tanto naturalmente como através do cultivo.
Desde sempre, quando o homem aprendeu a cultivá-la e a saborear seus frutos, a jabuticabeira é árvore obrigatória em qualquer pomar ou quintal. Nas fazendas do sul de Minas Gerais e de São Paulo foi bastante freqüente o costume de se manterem extensos pomares formados, exclusivamente, por diferentes variedades de jabuticabeiras: verdadeiros jabuticabuis que, sem qualquer pretensão comercial, proviam de seus deliciosos frutos as afortunadas famílias e a comunidade de seus agregados.
Apesar de todas as suas qualidades, do sabor tão apreciado e da abundância de frutos que oferece a cada floração, a jabuticabeira continua sendo, hoje, uma fruteira quase exclusiva de pomares caseiros ou de pequenas plantações. Ou seja, não se encontram pomares verdadeiramente comerciais de jabuticabas.
Os dois principais fatores que restringem a expansão de sua cultura são, em primeiro lugar, os custos e as dificuldades de uma colheita num pomar com muitas árvores; e, em segundo, a precariedade da conservação de seus frutos, uma vez que o fruto deve ser colhido pronto para o consumo e que a
sua fermentação inicia-se praticamente no mesmo dia da colheita. E depois, quem já foi criança, como o poeta, e já enlouqueceu ao descobrir uma jabuticabeira repleta de frutos, sabe que “jabuticaba chupa-se no pé”!