Pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (Ufla) desenvolveram um processo de produção de doces de frutas sem adição de açúcar. A iniciativa tinha como objetivo chegar a um doce recomendado pra qualquer tipo de pessoa, em especial para os diabéticos.
O trabalho foi desenvolvido pelo Departamento de Ciência dos Alimentos da Ufla, começou em 2010 e teve o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais.
Os doces são preparados sem adição de açúcar e utilizando frutas comuns da região do cerrado. “Graviola, o maracujá do serrado, olhamos o marolo, genipapo, murici, e essas foram as principais frutas representativas comercialmente e que tem uma riqueza em nutrientes já comprovada pela ciência”, conta Soraia Vilela Borges, professora de Ciência dos Alimentos.
“A gente teve que testar vários edulcorantes e várias misturas de edulcorantes juntamente com as gomas, para conseguir ter um produto com a mesma aparência, a mesma textura, a mesma cor e a mesma doçura que o açúcar, em um produto convencional”, diz Vanessa Rios de Souza, que também é professora de Ciência dos Alimentos.
Em dois anos, o grupo conseguiu chegar a uma receita ideal, testada inclusive em animais. Nela, foi usada uma combinação de marolo, maracujá doce e graviola. O que, segundo o professor Michel Cardoso de Ângelis Pereira, do Departamento de Nutrição da universidade, ainda tornou o doce um alimento funcional.
“Ele tem os FOS (frutooligossacarídeo), o que a gente chama de FOS, e outras substâncias que deixam a microbiota mais saudável, que chamam, erroneamente e popularmente, de flora do intestino. Corretamente é microbiota. Então isso deixa o intestino mais saudável, o que auxilia consequentemente na prevenção de várias outras doenças crônicas que poderiam ser causadas pelo próprio diabetes não controlado”, explica Pereira.
Os doces se tornaram uma alternativa para quem quer evitar a ingestão de açúcar, seja pela estética, seja pela saúde. “Com certeza vai melhorar muito a vida de quem é diabético, porque aí você vai comer uma coisa mais gostosa, dá para substituir bem”, afirma a auxiliar administrativa Cláudia Zacaroni, que é diabética e aprovou o resultado.