A escassez cada vez maior de água no Lago de Sobradinho – hoje com apenas 18% da sua capacidade normal e podendo chegar ao volume morto em setembro – gera o risco de praticamente extinguir parte da produção agrícola daquela região, notadamente as de uva e manga, que levaram cerca de 15 anos para alcançar níveis de produtividade comercialmente viáveis. Diante disso, é urgente que o governo federal, principalmente, através da Codevasf, aja de imediato para liberar verbas a fim de montar equipamentos (chamados flutuantes) para manter viável a captação de água nos projetos irrigados.
As informações são do deputado Eduardo Salles (PP), ex-secretário de Agricultura do governo Wagner e atualmente membro da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa da Bahia e um dos representantes baianos no Fórum União pelo Nordeste, que tem como um dos objetivos principais viabilizar uma solução definitiva para garantir a segurança hídrica da região.
De acordo com Salles, “são lavouras que levaram muito tempo para se tornarem viáveis, inclusive com exportação, e seria um desastre se elas fossem praticamente dizimadas pela falta de água. Já pensou o que significa ter que esperar mais 10 ou 15 anos para recuperar a produção economicamente viável?” , questiona o parlamentar, para quem esta situação geraria “um verdadeiro caos social.”
Cebola e Hortifruti – Eduardo Salles disse que já realizou reunião com Bruno Dauster, chefe da Casa Civil do governo da Bahia, e Cássio Peixoto, secretário estadual de Infraestrutura Hídrica, obtendo de ambos a garantia de recursos de cerca de R$ 10 milhões para a instalação dos chamados flutuantes. No entanto, ainda é necessária a participação da Codevasf. Salles disse que teve recepção muito positiva do ex-presidente do órgão, Elmo Vaz, agora substituído por Guilherme Gonçalves de Almeida, “com quem me encontrarei semana que vem em Brasília e tenho certeza que nos apoiará, até por ele ser do meu partido”, diz o deputado.
De acordo com Salles, são muitos os municípios prejudicados com a falta de água no lago, mas ele assinala que as piores consequências, até agora, têm sido para agricultores da margem do lago, notadamente nos municípios de Sobradinho e Casa Nova. Os principais produtos desses agricultores são cebola e hortifrutigranjeiros.