A Epagri será a primeira empresa de pesquisa agropecuária do Brasil a instalar um sistema automatizado para monitoramento da flutuação populacional da traça da maçã. A ação é resultado de uma cooperação técnico-científica entre a Epagri/Ciram e a Empresa Pessl da Áustria, definida durante viagem à Alemanha, Áustria e Hungria realizada no primeiro semestre deste ano pelo presidente da Epagri Luiz Hessmann, o gerente da Epagri/Ciram Edson Silva e o agrometeorologista e pesquisador da Epagri/Ciram Hamilton Justino Vieira.Graças à cooperação a Epagri/Ciram adquiriu sete estações agrometeorológicas de monitoramento diário da flutuação populacional de pragas em pomares e outras culturas. Os equipamentos serão implantados em breve em pomares de maçã das cidades de São Joaquim, Caçador e Fraiburgo e na região do Planalto Norte. Cada um é composto por uma armadilha com feromônio sintético, substância capaz de atrair o macho. Após entrar na armadilha, o inseto fica preso em uma placa adesiva. Essa placa é fotografada em alta resolução por múltiplas câmeras e as imagens enviadas via sinal de celular para um servidor. Os resultados das análises das fotos, com o número de indivíduos detectados, serão disponibilizados via internet, mensagens de celular e outros dispositivos.Hamilton explica que as estações são autossuficientes, sendo alimentadas no campo por um painel solar e uma bateria. Com o monitoramento em tempo real será possível coletar dados que vão embasar a elaboração de práticas de controle das pragas. Segundo o pesquisador, a prática tradicional demanda muito esforço para inspecionar as armadilhas em grandes territórios ou pomares. Por isso, a inspeção é geralmente realizada apenas uma vez por semana, ao contrário da nova tecnologia, que permite controle diário da praga.Inicialmente a tecnologia será utilizada para testar a flutuação populacional da mariposa da traça da maçã ou mariposa cídia (Cydia pomonella). Ela se tornou comum em pomares domésticos em áreas urbanas de algumas cidades de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Desde então, o inseto passou a ser considerado uma séria ameaça aos plantios nacionais de macieira, pois é a pior praga nos países produtores desta fruta.