Cerca de 40 pequenos produtores da região de Londrina e técnicos do Instituto Emater se reuniram na sede do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), para realizar um balanço da safra de morango do ano passado e discutir novas tecnologias que possam otimizar a produção e a qualidade dos frutos para 2015. De forma geral, a equipe técnica e os produtores avaliaram o ano passado como positivo, já que o clima mais seco auxiliou na produção da cultura.
A estimativa na região de Londrina – que engloba cidades vizinhas como Cambé e Rolândia – gira em torno de 350 mil mudas, ou 315 toneladas produzidas no ano passado, produtividade média de 900 gramas por muda. Em todo o Estado, são calculados por volta de 600 hectares e produção de 2,64 mil toneladas. O plantio acontece geralmente entre os meses de março e abril (julho e agosto para mudas importadas) e a colheita, 60 dias após o plantio, com diversas floradas posteriormente.
Em relação às técnicas utilizadas, apesar de a tecnologia do morango suspenso já ter diversos adeptos, a fruta plantada diretamente no solo ainda se sobressai. Na forma suspensa, o cultivo se dá em estufas, diretamente no substrato, numa altura que o produtor não precisa se agachar.
“2014 foi um ano seco, bom para o morango, já que toda a cultura é irrigada. O lado ruim é que esse clima fez com que as plantações tivessem muitos ataques de ácaro, em alguns locais de forma incontrolável. Tivemos produtores que perderam uma estufa inteira de produção”, explicou a engenheira agrônoma do Emater Luciana Seyr.
Outros dificuldades enfrentadas pelo produtor no ano passado foram a frequência e controle de fertirrigação (ajustando mistura de nutrientes, PH e condutividade elétrica) e a falta de experiência na cultura, principalmente da tecnologia do morango suspenso. “Essa técnica é muito positiva, já que o produtor não sofre tanto fisicamente e utiliza menos mão de obra. Por outro lado, o investimento inicial é maior e como a tecnologia está em fase de adaptação, a produtividade não é tão interessante. No Rio Grande do Sul, onde eles já utilizam a técnica há dez anos, os níveis de produção são superiores”, comparou a engenheira agrônoma.
Na região de Londrina, a equipe da Emater espera um aumento de áreas das cidades vizinhas, maior disponibilidade de insumos para o morango, aumento de técnicos de empresas privadas trabalhando na cultura, trocas de experiências entre agricultores e técnicos e utilização do cultivo protegido, tanto nas áreas suspensas como nas de solo. “Sem dúvida, a cultura pode ser muito rentável aos produtores familiares. Em áreas pequenas, se houver tecnologia, o retorno é positivo”, disse Luciana.