Nesta época do ano, a colheita da goiaba é feita quase que diariamente. Na região de Campinas e Valinhos (SP), muitos frutos são descartados no pomar. A goiaba de mesa ideal, vendida em grandes redes de supermercados, precisa ser firme e grande. Mais de 25% não atingiram o ponto ideal de comercialização.
O pomar da Associação de Produtores de Pedra Branca, na cidade de Valinhos, tem 4 mil pés que são irrigados constantemente. O problema nos frutos foi causado pela baixa umidade do ar e o sol forte dos últimos dias.
Na região de Campinas e Valinhos, são produzidas, por ano, 6 milhões de caixas de 3,5 quilos. A safra da fruta acontece no verão onde são colhidas um terço da produção anual. Segundo o diretor regional da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) em Campinas, 70% dos pomares são irrigados. Mas as perdas na região podem ultrapassar 35%.
“Mesmo em locais com irrigação, os reservatórios estão com pouca água. Já vi casos da radiação queimar o fruto. Estamos há mais de 20 dias com sol e sem nuvens”, afirma o diretor regional da Cati, José Augusto Maiorano.
“Em 79 anos, nunca tinha visto um verão assim. A temperatura está muito alta no solo, 40°C. Até a gente vira churrasco”, disse o produtor Katsuyo Morita.
Depois da seleção feita no pomar, os frutos vão para um galpão e são selecionados mais uma vez. As perdas continuam. Muitos estão moles e não servem para chegar ao consumidor final.
Antes de ir para o mercado, as goiabas são molhadas. A água ajuda a hidratar as frutas e diminuir as perdas durante a viagem. A goiaba vermelha é ainda mais frágil.
“A vermelha precisa ter a casca grossa, mas está saindo com a coloração diferente, a casca fina e com muitos hematomas”, ressalta produtor Oscar Mitio.
Mesmo que volte a chover nos próximos dias, a recuperação da produção vai demorar. A nova florada também está comprometida com o calor.